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12 fevereiro, 2010

Império Hitita - Tratados imperiais do 13º e 14º séculos e o Pentateuco


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As principais formas de tratados imperiais foram:

- Tratado de paridade, envolvendo pessoas do mesmo nível social; 

- Tratado de concessão real, na qual o rei concede a seu súdito alguns benefícios, de acordo com a lealdade demonstrada;

- Tratado de suserano-vassalo, neste caso o rei tinha total soberania, e exigia plena submissão e lealdade do súdito, em troca, o súdito recebia proteção e ajuda militar do rei.

Os tratados imperiais do 13º e 14º séculos a.C. apresentam uma estrutura elaborada em seis seções: título ou preâmbulo; prólogo histórico; estipulações; o depósito do tratado ou lugar em que o tratado deveria ser armazenado; a invocação das testemunhas; e por último, as maldições e bênçãos.

1) Título ou preâmbulo :
Identifica o autor do tratado, aquele que origina o tratado.

2) Prólogo histórico :
O autor do tratado declara os seus benefícios em favor do súdito, demonstrando assim sua misericórdia e poder.

3) Estipulações :
Esta parte descreve a declaração dos deveres impostos sobre o súdito, bem como a total lealdade do súdito ao autor do tratado. As estipulações poderiam ser a nível individual ou coletivo.

4) Depósito do tratado :
O documento deveria ser bem guardado, para ser lido novamente em outras ocasiões. O depósito faz referência ao lugar ou à forma de armazenamento.

5) Testemunhas :
Os deuses das nações envolvidas eram invocados como testemunhas daquilo que havia sido escrito. Há também o caso de elementos da natureza como pedras, vento, sol, lua e estrelas serem tidos como testemunhas, em algumas ocasiões.

6) Bênçãos e maldições :
Isto é, aquilo que o autor do tratado e/ou as testemunhas do tratado fariam caso o súdito mostrasse lealdade ou deslealdade.


Vale observar que a maior parte das alianças do Pentateuco possui a mesma estrutura, de seis seções.


Vejamos um exemplo de semelhança com o Pentateuco :

1) Título 

“Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o SENHOR e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito.” Gênesis 17:1.

Deus está se apresentando como autor do tratado.



2) Prólogo histórico

“Farei uma aliança entre mim e ti e te multiplicarei extraordinariamente. Quanto a mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações. Far-te-ei fecundo extraordinariamente, de ti farei nações, e reis procederão de ti.” Gênesis 17:2,4,6.

Deus está demonstrando seu favor, uma aliança firmada, entre Deus e Abrão. Deus esclarece que tornaria Abrão pai de numerosas nações, este é o motivo do tratado.



3) Estipulações

“Abrão já não será o teu nome, e sim Abraão; porque por pai de numerosas nações te constituí. Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência. Disse mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. O que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações, tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não for da tua estirpe.” Gênesis 17:5, 7,9-10, 12.

Deus estabelece as condições do contrato. A nível individual temos a troca do nome de Abrão para Abraão. A nível coletivo temos o fato de que todo homem seja circuncidado.

Cumprindo estas obrigações, Deus autenticaria este tratado, na sucessão das gerações de Abrão. Isto é, enquanto houver descendentes, ou seja, herdeiros. Neste momento, Deus se torna o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, e de todos os seus descendentes. É realmente extraordinário. 



4) Depósito 

“Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós.” Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua.” Gênesis 17: 11,13.

A Aliança é guardada na própria carne. 



5) Testemunhas

“Prostrou-se Abrão, rosto em terra, e Deus lhe falou:” Gênesis 17:3.

A testemunha é a terra na qual Abrão se prostrou.



6) Bênçãos e maldições

“Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus.” Gênesis 17:8.

A bênção é a posse da terra.

“O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança.” Gênesis 17:14.

A maldição é que o incircunciso fosse eliminado.


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